Entre a razão e a escolha existe o Espírito.

Qual é a causa da mentalidade conflitante da humanidade? É fato que o ser humano vem se tornando um empecilho cada vez maior para si mesmo. O resultado disso são guerras, violência de múltiplas formas e na escala global e desequilíbrio do ecossistema.

O ponto de orgulho da humanidade foi e ainda é a conquista da razão. Pois atribuímos à razão a falsa idéia de responsabilidade, nocência e solução. Mas avaliando o quadro em que se encontra boa parte dos seres humanos, parece que a razão por si só não é o bastante.

È uma questão complexa e delicada, pois toda a nossa razão está baseada em modelos pré-estabelecidos, paradigmas e certos valores que definem um senso de certo e errado que influenciam de forma tendenciosa nas nossas escolhas humanas. Isto nos mostra que o ser humano ainda não é um ser auto-centrado e sim descentralizado, pois sua razão é a razão coletiva. Para vislumbrarmos algo mais essencial e solucionador é necessário um exercício de ponderação a cerca das questões da existência. Por exemplo: por que existimos? Talvez seja esta a pergunta que estamos tentando responder através de diferentes atuações nas várias esferas da vida.

E até que ponto realmente precisamos saber o por que existimos? Para termos uma razão? E se tal resposta estiver além da razão? Se observarmos bem o nosso contexto, veremos que tudo que fazemos envolve a busca de um sentido que nos motive. Estamos buscando um sentido no âmbito pessoal ou uma razão que se enquadre nos moldes coletivos? É ponto pacífico o fato de estarmos o tempo todo perseguindo um sentimento de finalidade na existência.

Toda disposição para interagir e experimentar a vida é acionada no nosso interno por esse questionamento que, como um eco, nos deixa com a sensação de incompletude. A visão materialista e mecanicista de que nada mais somos do que a expressão de uma massa encefálica, o cérebro, reagindo eletrobioquimicamente, fica por si só prejudicada, pois percebemos em nós um universo profundamente subjetivo através do qual a matéria se sustenta.

De acordo com os paradigmas quânticos emergentes, a consciência necessariamente tem que existir precedendo a matéria, pois o colapso da probabilidade em partículas sub-atômicas requer a consciência como observadora. Logo, o cérebro como o resultado da formação de um tecido nervoso, e este, desenvolvido por grupos celulares resultantes de moléculas e amontoados de átomos, derivam-se da formação de partículas sub-atômicas. Além do que, se fôssemos de fato o resultado de uma excitação cerebral, não haveria em nós o ímpeto de encontrarmos um sentido que satisfaça o por que existimos. Seríamos tal qual um processador de dados, uma máquina.

Por outro lado, se considerarmos a possibilidade de sermos algo essencial que anima a matéria, algo mais profundo, inteligente e dotado de liberdade nas escolhas, temos aí o ponto de partida para começarmos um verdadeiro movimento de transformação de percepção daquilo que acreditávamos ser para aquilo que realmente somos, e assim, manifestarmos a plenitude.

Múltiplos são os caminhos de expressão da subjetividade humana. Muitas vezes nos perdemos em verdadeiros "labirintos" emocionais, indicando-nos que algo nos fez resistir ou negar a expressão natural da nossa subjetividade. O resultado disso é a perpetuação de um estado emocional errático.

Toda emoção é um potencial de reação gerado por um pensamento. Esses potenciais de reação que emergem, é o que nos leva, muitas vezes, a escolher e decidir por uma experiência.

O grande desafio é observar de maneira lúcida os "arranjos de pensamentos" viciados que criam os "labirintos emocionais", que em sua grande parte, nos mantém presos e perdidos, fazendo com que re-editemos a nossa realidade. A atenção direcionada para o pensamento e não para emoção eclodida é a base para a transcendência da estrutura de pensamento viciada.

Infelizmente com o advento de uma era mais racional, o Homem ficou extremamente seduzido pela própria razão e vem até então, suprimindo e negando aquilo que há de mais profundo e que cria a sua identidade; o seu universo subjetivo. A razão deve ser considerada como a ordenadora das nossas escolhas e não a definidora. O aspecto subjetivo, o princípio espiritual do Homem deve se expressar como o agente de definição das suas escolhas.

Portanto, além de escolher racionalmente uma opção, é fundamental sentir o que nos leva a escolher. Para tanto, torna-se imprescindível aprendermos a buscar a nós mesmos, mergulhar para dentro e encontrar as referências internas ou verdades singulares que nos renovam a cada instante e notar se as mesmas embasam ou não as nossas escolhas. Pois, a razão pura e simples, nos torna "escravos" de um mundo infeliz contaminado por modelos sociais estereotipados.

Desta forma nos tornamos apenas "mais um na multidão" que faz o que todo mundo faz, que escolhe igual a todo mundo e sobrevive como todos vem sobrevivendo no sofrimento.O mundo elegeu a razão para iluminar o conhecimento e é a mesma razão fria e isolada do princípio espiritual que cega e oblitera perspectivas outras da vida além de impedir a possibilidade de manifestação da felicidade pacífica natural a todo Ser auto-referenciado, logo em harmonia com o Todo. Tal fato aumenta a probabilidade de incorrermos em vieses emocionais e conseqüentemente em comportamentos repetitivos e reativos.

Esta é a grande chave para uma vida plena: compreender que a escolha não deve ser apenas um ato racional e sim um ato baseado nas verdades mais profundas de cada um, mesmo que as mesmas se contraponham a sólida noção das tendências de melhor escolha no mundo. Assim uma escolha não será apenas uma escolha e sim uma escolha profunda e verdadeira e a razão cumprirá o seu pequeno papel que envolve a adaptação das verdades subjetivas na esfera objetiva. Assim, todas as experiências resultantes das escolhas internas nos levarão inexoravelmente a realização do nosso propósito pessoal, que em última instância é o propósito da vida.

domingo, 3 de novembro de 2013

A verdade sobre a verdade !



            Tão comum que as pessoas mencionem a "Busca pela Verdade", sem, entretanto, terem uma idéia clara daquilo a que se referem.
            A conotação de Verdade, assim escrita, com letra maiúscula, tem, na mente das pessoas, uma referência vaga à questões essenciais e existenciais, às quais vamos abordar a seguir. Antes, entretanto, em um exercício de clareza filosófica, vamos definir o que é a "verdade".

 
            Verdade é uma descrição gramática ou matemática da realidade, ou de aspectos da realidade, que se conforma de maneira exata com todos os fatos verificáveis.
 
            Assim, a espécie humana descobriu, em sua curta existência, inúmeras verdades, as quais se comprovam, por exemplo, pelo fato simples de podermos estar nos comunicando, de diversas partes do Mundo, através desta mídia eletrônica. Seguem outros exemplos de verdades:

1 + 1 = 2 logo a Raiz Quadrada de 4 = 2
 
A reprodução humana se dá pela união do espermatozóide com o óvulo.

A  Agua é composta molecularmente por dois átomos de Hidrogênio e um de Oxigênio.

A malária pode ser curada com quinino.
(Ainda bem, ou eu já teria morrido...)

E=MC2


            Mas, como vimos acima, a Grande Verdade com V maiúsculo parece se referir a outra coisa, embora, na maior parte das vezes, as pessoas não saibam bem dizer ao que. Se esta verdade se refere à uma pergunta, que pergunta seria? Se não soubermos pelo menos isto com clareza, me parece improvável que se consiga a resposta, ou, pior, que se consiga reconhecê-la, se ela se apresentar.

Vamos então, a mais um exercício de clareza filosófica.

            A pergunta sobre a Verdade se refere sempre, mesmo que em termos vagos, às questões sobre a origem e finalidade da vida. Assim:
 


A origem da vida é ou foi determinada por um fator teleológico? [Teleológico = que tem uma finalidade lógica]
 
Para a massa inculta, isso simplesmente que dizer: Deus existe?

Só existem duas respostas para essa questão:
 

a) Não. O quê significa que a vida não tem sentido e nem objetivo, além de ser vivida, e continuar a ser vivida.
b) Sim. O quê nos leva a outras perguntas:

O quê é esse fator teleológico?
 
Quais seus objetivos?

            Percebam que aqui se apresenta uma séria dificuldade de se descobrir e definir a verdade, tal qual a consideramos no começo. Por quê? Porquê não temos como confrontar a nossa descrição com esse princípio teológico, para nos certificarmos da precisão da nossa verdade. Três tentativas foram feitas neste sentido:


Pela imaginação dos religiosos.

Pelo raciocínio dos filósofos.

Pela inspiração dos místicos.
 

            A simples variedade e discordância entre eles mostra a dificuldade do tema. ? deste grande número de descrições incomprováveis que surgiu a nossa atual concepção relativista de que a verdade é variável, sendo que ninguém consegue explicar bem se essa variação se refere à incapacidade do sujeito (que acabamos de demonstrar) ou à mutabilidade do objeto (em cujo caso, seria possível afirmar a própria mutabilidade como um princípio imutável, paradoxo interessante que poucas pessoas conseguem apreciar).
 

            Já há muito tempo que o Buda tentou cortar esse nó górdio, causa de frustração e mesmo depressão em certas pessoas. Ele indicou claramente que discussões sobre a origem do Mundo, da espécie humana, a existência da alma, a vida após a morte, nunca teriam uma resposta certa dentro do espaço curto da vida de um ser humano, e que, a partir disto, seria melhor que as deixassemos de lado, nos dedicando à meditação, atividade cujos frutos tornariam isso tudo sem importância.

            O quê me parece claro, dentro deste tema, é que a necessidade de sabermos "A Verdade" sobre a vida em geral decorre da necessidade de sabermos "A Verdade" sobre nossas vidas individuais. Existe um sentido, um objetivo, para a Vida, e, por participação ou decorrência, para a nossa vida?
.

            A crítica de Nietzsche à Metafísica (posterior à negação da Metafísica como fonte de verdade por Kant), parte da consideração de que a depressão do indivíduo diante da vida e do mundo não é resultado da sua incapacidade de ver o sentido (a Verdade), ou do fato de que pensa que este não existe. A depressão filosófica seria, na verdade, um sintoma de falta de saúde. Seguindo Nietzsche, diríamos que a pessoa saudável tende a encarar o desconhecimento do sentido ou a sua inexistência com a mesma alegria de viver.

            Em um terceiro exercício filosófico, vamos levar o ceticismo à fronteira do solipsismo. Vamos tentar imaginar que, mesmo as verdades Físicas, Químicas, Matemáticas e Biológicas apresentadas acima, sejam apenas uma ilusão. Vamos ainda mais além, imaginemos que tudo que conhecemos, e de que nos lembramos, seja ilusão. Agora, fechem os olhos por alguns instantes.

            Pode ser que a Internet seja sua imaginação. Pode ser que você mesma tenha criado este texto, de maneira inconsciente. Pode ser que você tenha sonhado toda a História, e inventado, sem saber, toda a Geografia e toda a Astronomia. Que tudo seja mentira, ou fantasia. A sua família, seus amigos, amores e desamores, apenas uma projeção em si mesma, feita por alguém que dorme, e sonha que acorda.
 

Já percebeu, então, a única verdade inquestionável que há?

Você existe.

A sexualidade consciente.



            O Instinto sexual é uma das mais profundamente enraizadas expressões da vontade; e não deve ser  restringido, quer pelo lado negativo, ao tentar impedir seu funcionamento, ou no caso oposto, insistindo-se na sua falsa função.
            O que é mais brutal ? impedir o crescimento natural ou deforma-lo ?
            Nada é mais absurdo do que a interpretação de um dos nossos mais básicos instintos como um grosseiro ato animal, separa-lo do entusiasmo sexual sem o qual ele é tão estúpido que chega as raias da insatisfação.
            O ato sexual é o sacramento da vontade. Profana-lo é a maior da blasfêmias , toda a expressão dele é legítima, toda a supressão ou distorção é contrária a lei da liberdade, usar de instituições sociais sejam elas legais ou financeiras para forçar a abstinência ou submissão é totalmente degradante e isto sim deveria ser taxado como imoral, desnaturado e absurdo. As antigas leis contra o adultério, estão muito além da falsa cortina da má conduta ou imoralidade, são fundamentadas na corrente de pensamento que colocam a mulher como “propriedade”, meros objetos, de forma que fazer amor com uma mulher casada é privar o marido dos serviços sexuais  dela (Grande engano). É a mais clara expressão do estado de escravidão. Todo nós homens e mulheres somos estrelas livres. Ela tem o direito inalienável de traçar sua própria órbita. Não existe motivo algum para que ela não seja uma excelente dona de casa , se esta é a vontade dela. Mas ninguém tem o direito de colocar isto como uma regra ou padrão.
            Percebam que as grandes mulheres de nossa história, apesar de serem pouco reconhecidas pelo nosso culto ao patriarcalismo, foram completamente livres em suas vidas amorosas. Safo, Semíramis, Messalina, Cleópatra, Tai Chi, Parsifa, Helena de Tróia, Catarina a Grande da Rússia, e em caminho contrário poderíamos citar como exemplo Emily Bronte, cuja a abstinência sexual era devido ao seu meio, e assim explodiu  na terrível violência de sua arte, e outras tantas até consideradas santificadas de cujo os fatos de sua vida sexual foram distorcidos  para o serviço aos interesses religiosos e sociais diversos, mas que no fundo tinham uma vida sexual intensa, pois os escritos destas mulheres estão repletos de apaixonadas expressões sexuais, e pervertidas até ao ponto da alucinação ou morbidez.
            Sexo é a principal expressão da natureza de uma pessoa; grandes naturezas, são sexualmente fortes, e a saúde de qualquer um depende da liberdade desta função.
            As tão propaladas Leis de “Liberdade”, citadas por muitos e compreendidas por tão poucos, só nos mostram que devemos gozar a vida em plenitude máxima, de uma maneira absolutamente normal, exatamente como os grandes nomes do passado sempre fizeram. Apenas não devemos nos esquecer do conceito de que cada um  de nós é único em seu contexto mais íntimo, mais em constituição geral nada diferente de seu vizinho, somos como estrelas perfazendo sua prória órbita. Isto estando claro, somente temos  que atingir a mais completa expansão de nossas naturezas, com atenção especial a estes prazeres que não só expressam a alma, mas a auxiliam a atingir os mais altos desenvolvimentos daquela expressão.
            O ato de amor é para os que seguem as correntes religiosas mais ortodoxas  um gesto animal, grosseiro, que envergonha a humanidade. O apetite os arrasta, cansa-os, desgasta-os, os adoenta, torna-o ridículo até ante seus próprios olhos. É a maior fonte de todas as neuroses deles. Contra este monstro divisaram duas proteções.
            Primeiro, pretendem pintar o desejo como um “príncipe encantado”, depois  o enfeitam com trapos e falsos brilhos do romance, do sentimentalismo e da religião, ele chama esta miséria ambulante de amor, nega a força e a vontade dele, e se prostra em adoração a esta figura de cera do sentimentalismo legítimo com toda a sorte de lirismo amigável e sorrizinhos azedos.
            Segundo, ele esta tão convencido, apesar de seus infrutíferos esforços de ator teatral de quinta categoria, de que o apetite sexual é um monstro devorador, que ele se ressente com extremo pavor a existência de pessoas que riem do medo dele, e lhes dizem que parem de covardia, e que aprendam a montar, pois o desejo não é um dragão cuspidor de fogo, mas sim um belo cavalo, pronto  treinado para o comando de uma rédea forte. Isto torna-se o mais amargo insulto que ele possa suportar, e conclama aqueles que a quem chamam de irmãos para unirem-se e apedrejarem o blasfemador. Ele portanto encontra-se ansioso para manter a imagem  do “bicho papão” que ele teme; a demonstração de que o Amor é uma paixão geral, pura em sí mesma, e o redentor de todos os que confiam nele, é o mesmo que expor a úlcera em carne viva “destas pessoas”.
            Nós não deveríamos ser escravos do amor. “ Amor sob vontade é a lei”. Nós deveríamos ser contrários a consideração do Amor como vergonhoso ou degradante, como sendo perigoso para o corpo e para a alma. Nós não o deveríamos aceitar como uma rendição do que é divino ao que é animal, ele deveria ser para nós  o meio pelo qual o animal se transforma em esfinge alada que leva o homem em seus ombros até a casa dos deuses.
            Portanto nos cabe o particular cuidado de negar que  propósito de amor seja o grosseiro ato fisiológico que é o motivo da natureza para ele no plano material. A geração é um sacramento do Rito Físico, pelo qual nós nos criamos novamente em nossa própria imagem, tecemos em uma nova tapeçaria de carne o romance da história da nossa própria alma. Mas o amor também é um sacramento de transubstanciação através do qual nós iniciamos nossas almas, é  o vinho da intoxicação tanto quanto o pão da comunhão.
            Nós então devemos aprovar de coração essas formas de amor em que a questão da geração não esta envolvida, nós devemos aprender a usar os estimulantes do entusiasmo físico para que nos inspirem  moral e espiritualmente. A experiência  ensina que “paixões” assim empregadas realmente servem para refinar e exaltar o ente inteiro do homem e da mulher.
            “Como quiserdes” . Deveria ser imensamente claro após as explicações anteriores que cada indivíduo tem um direito absoluto e inatacável de usar seu veículo sexual de acordo com seu próprio caráter, e que ele é responsável apenas por sí. Mas ele não deve injuriar seu direito e a sí mesmo; atos que invadam o  igual direito de outros indivíduos  são implicitamente agressões contra nós mesmos. Atos como estupro, assalto, ou sedução de menores, podem portanto ser considerados  como ofensas contra a lei da liberdade, e restringidos no interesse desta lei.
            Exclui-se também aí  qualquer ato que comprometa a liberdade de outra pessoa indiretamente, como quando alguém toma  vantagem da ignorância e da boa fé de outra pessoa expondo-a a doenças, pobreza, ostracismo social, ou gravidez, a não ser com a bem informada e não influenciada livre vontade daquela outra pessoa.
            Devemos, além do mais, evitar injuriar outra pessoa deformando sua natureza; por exemplo, usar de violência contra  crianças na puberdade, ou perto da puberdade, pode distorcer o caráter sexual nascente, e imprimir sobre ele a estampa do masoquismo. Tentar amedrontar adolescentes a respeito do sexo usando bichos-papões infernais, da doença  e da insanidade, pode deformar a natureza moral permanente e produzir hipocondrias e outras doenças mentais, com perversões dos instintos reprimidos.
            Reprimir a satisfação natural geralmente resulta em vícios secretos e perigosos que destroem suas vítimas porque são aberrações e portanto não naturais.
            Mas por outro lado nós não temos o direito de interferir de qualquer forma em qualquer impulso sexual  a priori. Cada um deve descobrir, por experiências de todos os tipos, a extensão e intenção de seu universo sexual. Deve ser ensinado que todos os caminhos são igualmente régios, e que a única questão ao ser analisada é “que caminho é  o meu ?” Todos os detalhes provarão igualmente serem essenciais ao plano social dele, todos igualmente “corretos “ em sí mesmos, a escolha pessoal dele é dele, a preferência de seu próximo é de seu próximo. Ele não deve se envergonhar de ser heterossexual, homossexual, bissexual, Pã-sexual, ou o que quer que seja, se ele o é intimamente e de sua própria natureza; ele não deve tentar violar sua própria natureza por causa da “opinião pública”, ou da falsa moralidade imperante, ou porque o preconceito religioso de outros desejaria força-lo a ser de outra forma. A natureza sexual do mais ínfimo dos homens esta estampado com a soberania da alma dele, é a moeda corrente legítima, tanto e não menos que o talento de ouro de seu vizinho.
            A lei verdadeira recusa portanto o consentimento a criação de qualquer tipo de simbolismo que gere estereótipos da alma humana em relação a conduta sexual, um padrão não é menos mortífero no amor que na arte ou literatura ; sua aceitação suprime o estilo, e sua imposição sobre outrem aniquila a sinceridade.
            É melhor que uma pessoa de impulsos heterossexuais  sofra toda a calamidade com a reação indiretamente evocada do meio ambiente pela execução de sua verdadeira vontade, do que desfrutar de riqueza, saúde e felicidade através da supressão, ou da prostituição do sexo no serviço de interesses externos.
            Igualmente é melhor ao Andrógeno, ou suas contra partes femininas aturarem chantagistas públicos ou privados, o desprezo e a repulsa de toda a gente vulgar do que aceitar que a peculiaridade é o sintoma de uma mente degenerada e do que ferir a alma danando-se ao inferno da abstinência, ou deixar-se levar por pressões sociais aos abraços indesejados de um corpo antipático.
            Toda a estrela deve calcular  sua própria órbita. Tudo é vontade, e no entanto tudo é necessidade. Desviarmo-nos é, ultimamente, impossível, tentar desviar-nos é sofrer.
            Portanto nossa leis deveriam  ordenar que todo homem e toda a mulher, e toda a pessoa de sexo intermediário, seja absolutamente livre para interpretar e comunicar seu ser por meio de quaisquer prática sexuais que sejam, quer diretas ou indiretas, racionais ou simbólicas, fisiológicamente, eticamente, ou teologicamente aprovadas ou não, contanto apenas que todas as partes de qualquer ato estejam completamente cônscias de todas as implicações  e responsabilidades envolvidas, e concordem de todo o coração em executar o ato.
            É aconselhável que toda a criança seja desde cedo informada sobre a realidade do ato sexual, como também do processo de nascimento, a fim de que a falsidade e o mistério não lhes estupefaçam a mente, cujo o erro podería acarretar o desvio do crescimento natural de seu subconsciente  de simbolismo  anímico.
            É um fato que qualquer indivíduo que tenda a irregularidades sexuais tem este fator acentuado  pela preocupação com o assunto que resulta de sua importância  artificialmente exagerada na cultura moderna.
            É fato de que todos os problemas provocados por sexualidade suprimida, não são completamente sem remédio, tão cedo sejam aliviados desta pressão persistente. Sendo enviados a lugares onde os habitantes tratem os órgãos reprodutivos  e os respiratórios  como igualmente inocentes, eles gradualmente começam a esquecer sua “idéia fixa” forçada sobre eles pela Buzina de nevoeiro da moralidade, de forma que a possível perversão desaparece em breve período.
            Uma vez sendo o amor aceito como corriqueiro, levando a termo os ensinamentos e palavras dispostas em vários compêndios, onde podemos citar os escritos de Saphia e o “Livro da Lei”, que deixa claro seu intento nas palavras “onde “, “quando”,  “e com que vós quiserdes” , a mórbida fascinação de seu mistério desaparecerá. As doenças serão tratadas diretamente pela medicina, e não por charlatões como vemos hoje em dia. A ignorância ou falta de cuidado dos jovens nunca mais os atormentarão infernalmente. Uma carreira arruinada ou uma constituição física permanentemente danificada não mais serão usados como rótulo de penalidades de um momento de exuberância.
            Acima de tudo, o mundo começará a perceber a verdadeira natureza do processo sexual, a sua insignificância física enquanto uma entre outras tantas funções corpóreas, a sua transcedente impôrtancia como veículo da verdadeira vontade e o primeiro dos invólucros do Espírito.
            A mais importante condição do ato humanamente falando, e´ que a atração seja espontânea e irresistível, um salto da vontade para criar um frenesi lírico. O reconhecimento desta primeira condição nos leva ao dever de rodiá-la com todas as circunstâncias de adoração. Estudo e experiência deveriam fornecer uma técnica de amor. Toda a ciência, toda a arte, toda a elaboração, deveriam enfeitar e acentuar a expressão do entusiasmo. Toda a força e habilidade deveriam ser chamadas ao cumprimento do frenesi. E a vida mesma devería ser jogada de mão aberta no balcão do “mercador da loucura”. E que no aço de seu Elmo nos seja facultado ver a inscrição gravada em puro ouro, onde esta escrita a palavra “excesso”.
            Esta é a idéia básica de uma nova sociedade, não as julguem como grandes novidades, pois tais idéias estão decantadas em verso e proza, poderíamos até dizer que estas poderiam ser as noções básicas da “Sociedade Alternativa”, que alias só para informar aos que desconhecem o assunto , trata-se de uma bela canção interpretada pelo famoso roqueiro brasileiro Raul Seixas.

Origens Mágicas da Maçonaria



Adaptação do texto de Eliphas Levi.
 
A grande associação cabalística, conhecida na Europa sob o nome de Maçonaria, surge de repente no mundo, no momento em que o protesto contra a Igreja acaba de desmembrar a unidade cristã.
Nós não sabemos mais explicar-lhe a origem: uns dão-lhe por mãe uma associação de pedreiros formada no tempo da construção da catedral de Estrasburgo; outros dão-lhe Cromwell por fundador, sem entrarem em indagações se os ritos da maçonaria inglesa do tempo de Cromwell não são organizados contra este chefe da anarquia puritana; há ignorantes que atribuem aos jesuítas, senão a fundação ao menos a continuação e a direção desta sociedade muito tempo secular e sempre misteriosa.
À parte esta última opinião, que se refuta por si mesma, podem se conciliar todas as outras, dizendo que os irmãos maçons pediram aos construtores da catedral de Estrasburgo seu nome e os emblemas de sua arte, que eles se organizaram pela primeira vez publicamente na Inglaterra, a favor das instituições radicais e a despeito do despotismo de Cromwell. Pode-se ajuntar que eles tiveram os templários por modelos, os rosa-cruzes por pais e os joanitas por antepassados.
Nosso dogma é o de Zoroastro e de Hermes, nossa regra é a iniciação progressiva, nosso princípio é a igualdade regulada pela hierarquia e a fraternidade universal; somos os continuadores da escola de Alexandria, herdeiros de todas as iniciações antigas; somos depositários dos segredos do Apocalipse e do Zohar; o objeto de nosso culto é a verdade representada pela luz; nós toleramos todas as crenças e não professamos senão uma só e mesma filosofia; nós não procuramos  senão a verdade, não ensinamos senão a realidade e queremos chamar progressivamente todas as inteligências à razão.
O fim alegórico da maçonaria é a reconstrução do templo de Salomão; o fim real é a reconstituição da unidade social pela aliança da razão e da fé, e o restabelecimento da hierarquia, conforme a ciência e a virtude, com a iniciação e as provas por graus.
Nada é mais belo, está se vendo, nada é maior do que estas idéias e estas tendências; infelizmente as doutrinas da unidade e a submissão à hierarquia não se conservaram na maçonaria universal; houve logo aí uma maçonaria dissidente, oposta à maçonaria ortodoxa, e as maiores calamidades de nosso mundo atualmente são os resultados desta cisão.
Os verdadeiros maçons são pois os que persistem em querer construir. o templo, segundo o plano de Hiram. Tal é a grandeza da principal lenda da maçonaria; que as outras ficam menos belas e menos profundas, das quais não pensamos dever divulgar-lhes os mistérios,  consideramos o segredo da alta maçonaria como o nosso. Chegado por nossos esforços a um gráu científico que nos impõe silêncio, não nos julgamos melhor empenhados por nossas convicções do que por um juramento. A ciência é uma nobreza que obriga a não desmerecermos a coroa principesca dos rosa-cruzes. Nós não cremos também na ressurreição de Hiram. Os ritos da maçonaria são destinados a transmitir a lembrança das lendas da iniciação e a conservá-la entre nossos irmãos. Peguntemo-nos, se a maçonaria é tão sublime e tão santa, como pôde ela ser proscrita e tantas vezes condenada pela igreja?.
 Já respondemos a esta questão, falando das cisões e das profanações da maçonaria. A maçonaria é a gnose e os falsos gnósticos fizeram condenar os verdadeiros. O que nos obriga a esconder-nos não é o temor da luz, a luz é o que nós queremos, o que nós procuramos, o que nós adoramos. Mas nós tememos os profanadores, isto é, os falsos intérpretes, os caluniadores, os céticos de sorriso estúpido, os inimigos de toda crença e de toda moralidade. Em nosso tempo aliás um grande numero de homens que se julgam maçons, ignoram o sentido de nossos ritos e perderam a chave de nossos mistérios.
Eles não compreendem nem mesmo seus quadros simbólicos, e não entendem mais nada dos sinais hieroglíficos com que são pintados os tapetes de suas lojas. Estes quadros e estes sinais são páginas do livro da ciência absoluta e universal. Podem ser lidas com o auxílio das chaves cabalísticas e não têm nada de oculto para o iniciado que possui as clavículas de Salomão. A maçonaria foi não somente profanada mas serviu mesmo de véu e de pretexto às cabalas da anarquia, pela influência oculta dos assassinos de Jaques de Molay, e dos continuadores da obra cismática do templo. Em lugar de vingar a morte de Hiram, vingaram-se seus assassinos. Os anarquistas retomaram a régua, o esquadro e o malhete e em cima escreveram liberdade, igualdade e fraternidade.
Isto é, liberdade para as cobiças, igualdade na baixeza e fraternidade para destruir. Eis os homens e o que é condenável,e que não deveríamos esperar por alguma ação externa para nos livrarmos, pois a igreja se baseia nesta premissa para tentar  nos denegrir, devemos nós mesmos por mãos a obra e nos livrarmos deste peso .

Magia, a ciencia e a arte das infinitas possibilidades




 Antes do Big Bang apenas existiam Zilhões de possibilidades da qual cada um de nós era uma.
            A teoria mais conhecida da geração do universo é o Big Bang, isto já foi visto por todos. Milhões de átomos vibrando na vacuidade até que uma energia coersiva os atraí, os orienta á condensação, tal força “desrespeita” a lei que cada átomo que tem em torno de si uma carga elétrica repulsiva. O acumulo de energia de repulsão chega a um tal ponto que a explosão torna-se a única via de reequilíbrio. Energia alterando estados eletromagnéticos, e estados eletromagnéticos alterando a carga enérgica, este é o Caos inicial
            Então temos energia gerando energia, dispersando-se pelo vácuo. Que vontade ou força cria este estado inicial de coisas ainda não nos é possível sequer imaginar, mas desta imensa energia caótica inicial viemos nós, feitos de poeira de estrelas e não do barro do chão, e este fato é até então inconteste.
Algumas religiões trazem este conceito implícito em sua linha histórica, este é o exemplo que nos traz o Thalmude,  por exemplo.
            Tão misterioso quanto o seu surgimento continua hoje em dia o ser humano, um ser complexo que ainda não conhece suas limitações, tendo como tacógrafo apenas regras e conceitos, denominado de consciência. Criando, recriando, engendrando o mundo que vive a todo o momento, sem perceber sequer a beleza da própria existência. Acordamos nos movemos sonâmbulos em direção as nossas tarefas diárias, nos aborrecemos, comemos, e repetimos indiscriminadamente nossas  experiências, como se estivéssemos presos a um círculo vicioso de acontecimentos.
            Nosso cérebro recebe 4.000.000 (quatro milhões) de bits de informação por segundo, destes, somente  2000 (dois mil) bits são processados,e geralmente tem haver com o tempo a nossa volta, e informações básicas a cerca da autonomia de nosso aparelho orgânico. Podemos então deduzir que vemos, ouvimos, cheiramos e etc,muito mais do que registramos.
            Como seríamos se aproveitássemos metade, apenas metade do potencial que temos de recepção de informação?.
A atual arquitetura social e as falhas de nosso sistema religioso são contrárias ao desenvolvimento humano.
            Nossos conceitos sociais nos induzem hoje a tentarmos ser pessoas agregadas a um contexto onde o ter é o mais importante, desta forma nos tornamos sempre escravos de nossas próprias criações. Criamos comodidades não para o aproveitamento de toda a raça, mas para que aqueles que “Tem” possam usufruir disto como um prêmio por terem alcançado tal posição dentro da sociedade, e em contra partida forçamos aqueles não tem a tentar de todas as formas igualarem-se de qualquer maneira para conseguir acesso as mesmas coisas, isto sem nem sequer terem tempo de se perguntarem se tal coisa lhes é essencial para a continuidade de sua existência. Nossos conceitos tornaram-se desta forma tão limitados que já não se sabe o porque de se querer ter uma Ferrari em detrimento a qualquer outro carro.
Aqueles que fabricam só pensam no prosseguimento e egemonia da marca, não mais em agregar conceitos de preservação do meio ambiente, pois não é isto que vende.
Não importa se achatamos outrem, ou lhe tiramos a condição de ter o mesmo que nós. Precisamos nos predar nos auto fagocitar, tomar do outro, pois aquele de meu lado é meu inimigo.
Assim somos criados, e não ensinamos nossos filhos a pensar diferente pois o poder da mídia é incomensuravelmente forte.
Somos desde pequenos acostumados ao sistema de pagas, castigos e mais valias, pois se não for uma criança comportada e obediente Papai Noel não lhe trará presente. Lembram-nos sempre que Papai Do Céu castiga, e nos avisam para tomarmos cuidado com o Homem do saco. Alguém já parou  para pensar no que estes conceitos podem fazer a uma mente,mesmo na fase adulta ?.
 Muitas religiões e escolas esotéricas afirmam que  este mundo  é de pagas e expiações e que se você não se comportar muito bem Deus não olhará por você, ou no mínimo irá puni-lo com o recurso do retorno, ou poderá ser ainda mais impiedoso remetendo-lhe ao caminho do “Fogo” e “Perdições “ eternas.
Se somos nós que moldamos a realidade, logo, esta como segue a filosofia e a padronização social a qual estamos submetidos será de embates e atritos, uma existência penitencial, pois sempre em determinada hora alguém violará espaço de alguém, o choques acontecem e acontecerão, pois criamos prêmios únicos e indivisíveis.
Seremos sempre a existência única como uma pedra que só passa a existir quando voando vem a interagir com uma outra realidade, que por causa de nossos padrões, na maioria dos casos é o pára-brisa representativo da vida alheia.
            Durante anos vivemos sobre a premissa de que o universo é alguma coisa estanque que tem ações nas quais não podemos interferir, que tudo já existe independente de nossa vontade.
            Os novos paradigmas que nos são trazidos pela matemática moderna e pela física quântica nos mostram um universo bem diferente do que aquele que nos foi proposto pela física Euclidina.
            Nosso modelos e experimentos atuais, nos revelam com maior coerção a possibilidade de planos de existência paralelos ao nosso, Já existem laboratórios onde se consegue fotografar objetos que estão em dois lugares no espaço ao mesmo tempo.
            Hoje conseguimos perceber que Neutrons, Prótons, e elétrons vivem aparecendo e desaparecendo das cercanias de seus átomos, que o próprio núcleo atômico se permite o mesmo comportamento, para onde vão estas partículas?.
            Será que para um outro universo onde as pessoas de lá se fazem a mesma pergunta quando percebem este fenômeno ?.
            Os números hoje nos dão uma idéia melhor de que o universo é todo vácuo, e que a matéria densa é uma especulação, uma “criação”, um átomo não é mais a pedra angular da matéria, ele não passa de uma possibilidade, um bit de informação condensado no espaço por nossa consciência.
            Tudo o universo, é uma onda, uma bola de basquete arremessada por um jogador, esta em todos os lugares do universo , pode atingir a cesta, cair no Kurdistão ou acertar a cabeça do cristo redentor em pleno Rio de Janeiro. Isto enquanto não olhamos, quando nos voltamos para o fato coagulamos, ou seja reduzimos as infinitas possibilidades em uma única solução, chamamos isto de realidade.
            As primeiras manifestações de observação do ser humano nascem  da curiosidade    advinda sobre o meio ambiente que o cerca, logo nossas deidades nascem como fruto desta observação e da pretensa falta de controle sobre os acontecimentos de nossas vidas.
            Acompanhamentos o movimento do sol e das estrelas e suas variações pelas 4 estações do ano. Assim tipificamos primeiro os Deuses estelares, a manifestação da força criadora instada nas moradas mais distantes de nosso entendimento, depois damos consciência mais próxima a nossa, pois os deuses estelares tem suas próprias regras e maneiras de pensamento muito acima do  nosso parvo questionamento.
            Ao emprestarmos nossos conceitos morais aos deuses, surge a necessidade de torná-los então mais próximos, assim o ciclo de ocaso e poente passam a representar nosso deuses sacrificados, que morrem e tornam a nascer em um movimento constante e eterno. Desta formula surge uma condição ainda maior representada pelo tetragramathon, um ciclo constante que a principio simboliza inicio e fim, e depois esta idéia se expande para sístole e diástole, ou mesmo o movimento de contração e expansão do universo conhecido.
            Com a mudança dos conceitos sócio-políticos-cientificos, passa-se a crer na possibilidade de que o homem é um “Criador”, que ele influi e cria seu cotidiano além de projetar sua força criadora a outros planos de existência.
            Existe um ser conhecido, disfarçado dentro de nós. Procurado pelos nossos atuais cientistas em nosso sistema Límbico, nos hemisférios de nosso cérebro, nos Córtex Frontal, nos nossos poros, em todos os orifícios de nossos corpos, mas ainda não encontrado.
            Mesmo assim sua presença é inegável ele é o fantasma na máquina. Este ser já foi  denominado de várias formas com o passar da eras. Alma, Sagrado anjo Guardião, Eu Superior e etc.
            Ele esta dentro de cada um de nós, e não pode ser ignorado pelo mundo que nos cerca, este ser, ainda não identificado, é o criador deste plano. Todos nós já sentimos sua presença, pois todos nós nos vemos como observadores de nossa própria existência. Sua existência não é negada nem pela religião nem pela ciência, trata-se do único lugar comum, onde não se tecem debates em contrário.
            Mas se este ser é tão poderoso, porque não montamos um mundo melhor?.
            Porque ele reside em nós, e como somos nós mesmos, suas ações depende de nossos conhecimentos.
            O ser humano é por condição um ser pessimista, mesmo quando estamos tendo um ataque de otimismo, estamos colocando uma gota contrária no oceano de pessimismo que são nossas mentes.
            Estamos apenas disfarçando nosso estado atual. Não cremos em nosso sucesso, duvidamos de nossa capacidades vinte e quatro horas, sete dias na semana ininterruptamente .
            Já esta comprovado que nós somos capazes de emitir mais de 30.000.00 (trinta milhões) de pensamentos por dia, que destes, cerca de 97% (noventa e sete por cento) são pessimistas ,ou seja contrários a nós mesmos, e que desta fração 99% (noventa e nove por cento) são reincidentes, melhor dizendo, pensados ontem, anteontem e por aí a fora .
            Logo, não podemos estar criando desta forma nada aprazível, e os reflexos são exatamente estes estampados diante nossos olhos.
            A magia não vem de encontro a dar  as soluções aos nossos problemas ela vem nos deixar mais responsáveis, as soluções só poderá ser dada por nós mesmos, pois segundo ela devemos ser bem adultos para isto.
            Está comprovado que nosso cérebro não sabe a diferença entre dentro e fora,  ai vocês me perguntarão , mas como é isso ?.
            Experiências feitas com pessoas ligadas a equipamentos de mapeamento cerebral (Pet Scans), mostram que, ao mandarmos as pessoas olharem um vaso determinadas áreas cerebrais se acendem.
            Se mandarmos as mesmas pessoas imaginarem o vaso, estas mesmas áreas cerebrais manifestadas na visão novamente mostrarão funcionamento.
Afinal quem vê, o olho, ou cérebro? No fundo, não existe diferença para o cérebro entre o que vemos e o que imaginamos, logo a pergunta mais correta seria “O que é a realidade”?.
A resposta mais correta a esta pergunta seria a de que a realidade, é a condensação de todas as possibilidades possíveis em um único estado viável a condição de entendimento que hoje temos do universo.
Em outras palavras, é o ato de criação onde leva-se em consideração a limitação imposta ao poder de atuação do observador essencial segundo nossa condição de consciência existencial atual.
            Reza a lenda que os nativos das Antilhas não conseguiam ver a Naus de Colombo mesmo estando elas lá, paradas na linha do horizonte. Este fato persistiu até o momento que o Xamã da tribo percebeu estranhas ondulações na água, e ficou dias perscrutando na praia tentando entender o que se passava, o que provocava aquela mudança no padrão das ondas. Um belo dia, pela insistência em querer descortinar este mistério este Xamã conseguiu ver as figuras estranhas que apareciam distantes, e começou a contar ao pessoal da tribo, que por confiarem piamente naquele homem passaram a também enxergar os navios.
            Hoje vemos que esta lenda pode ser uma grande e plausível realidade, pois tudo o que o cérebro percebe passa por um descarte (como já citado anteriormente), o cérebro só é capaz de processar aquilo  do qual tem referências anteriores.
            Como os nativos nunca haviam visto nada parecido com os Navios de Colombo, a informação visual era imediatamente descartada sem registros ou processamento.
Nós hoje continuamos como nativos nas praias distantes, a espera de um Xamã que nos venha mostrar alguma nova condição que mude nossas vidas.
            Talvez a classe que mais se assemelhe aos Xamãs atuais  sejam os cientistas, não somente o físicos quânticos, mas diversas áreas da química e da biologia se enquadram  bem neste sentido.
            Sair do modelo social hoje proposto por alguém que não ocupe uma destas cadeiras e possa ter uma condição de “Vendável” pelos atuais padrões sociais com certeza iría angariar títulos de louco, herético, comunista ou  qualquer outro termo pejorativo.
            A confiança pode ser entregue a eles, mas a força de mudança tem que estar em cada um de nós, não proponho uma metanóia científica em busca do “Santo Graal”, proponho sim , uma olhada melhor nas ondas de nossa praia, e a percepção de algo esta “errado”, que seguimos o modelo atual estamos beirando “irracionalidade”.
            A negação de que podemos ter acesso ao futuro, e que além disto podemos ter o mesmo acesso epistemológico ao passado. Que podemos alterar tanto o que virá quanto o que  já passou, não questionar, tais possibilidades é a mesma coisa que estarmos “mortos”.
            Não precisamos ser cientistas para pensar nisto, mais podemos confiar neles para trazerem algum alento a estas nossas expectativas.
            A maior parte das conceituações do passado estavam erradas, a terra não e plana, nem o sol gira em torno de nós. Precisamos de novos conceitos, de novas possibilidades a serem exploradas.
            Tudo é uma trama complexa, que nos acompanha por toda a nossa existência.
            Somos viciados por excelência, a cocaína usa as mesmas  interfaces neurológicas que nossas emoções, logo se nos viciamos em cocaína nos viciamos em qualquer coisa.
            Nossa consciência se forma através dos conceitos sociais aprendidos em nosso meio, e são reforçados pelas experiências de vida que acumulamos durante um jornada, que tem por base nosso aprendizado social.
            A repetição destes conceitos fazem com que as células cerebrais montem agrupamentos, abraços mágicos, perfazendo grupos associações neuronais responsáveis pelo tratamento de determinado estimulo.
            Em uma conversa na Internet citei como exemplo caso de uma pessoa que tevê durante a sua vida problemas amorosos ligados a traição por parte de sua parceria.
            Este individuo fatalmente, monta um grupamento de neurônios que ao processar  o evento amor automaticamente disparará centro da dor. Ao fazer esta associação o cérebro irá enviar impulsos ao Hipotálamo para que fabrique uma farmacopéia de peptídeos para a devida reação orgânica a este estimulo (sentimento). A partir deste momento estas informações químicas abrem caminho pelo seu corpo achando suas “caixas de correspondências” em nossas células.  
            Cada uma delas tem receptores próprios para cada  coisa que é gerada no hipotálamo. Se estamos sempre gerando a mesma cadeia péptica, automaticamente nossas células criam mais receptores para aquele tipo de informação que mais é gerado, ao se reproduzirem as novas células também terão ainda mais receptores para aquele tipo de estimulo, e começarão forçar o organismo a liberação daquele tipo específico de química. Pronto o que era um padrão simplesmente mental, agora também é celular, e a mente para atender a esta necessidade orgânica procurará mais uma vez a situação que seja compatível para a satisfação desta necessidade.
            Assim temos mais um grilhão, mais uma adição montada, depois não assumindo a nossa condição de meros viciados, damos a isto o nome de Karma, e entregamos a culpa de existência deste estado debilitante e sofredor a Deus, como se esta lei fosse assim criada por ele.
            Dizemos a nós mesmo para nos acalentar que estamos sendo castigados por erros do pretérito. E ficamos a repetir tamanha bobagem indefinidamente.
            Deus não tece regras, porque, por mais que nos esforcemos, como poderíamos nós meras estruturas e carbono, vivendo as margens da ínfima via Láctea ofendermos a Deus ? O tamanho da prepotência é simplesmente a sombra o tamanho do poder daqueles que fizeram Deus a sua imagem e semelhança.
            Nossos deuses são criações nossas, portanto, são criaturas e não criadores, tem força sobre nós a medida que emprestamos de nossa força a eles, são de todo deuses mortais pois não sobrevivem ao esquecimento, são fruto de pensamentos em uníssono, portanto subprodutos de nosso racionalismo doentio, ou seja, não passam de egrégoras.
            O despertar da nova consciência, requer uma nova escola, um novo modelo de pensamento, pois hoje somos assim porque ninguém nos ensinou a pensar ao contrário, nada é como se mostra , tudo são novas possibilidades, ocorrendo a todo o momento.
            A nova escola deve mesclar estes conceitos passados e atuais mirando o futuro, treinamento mental, e consciência plena da chave de todos o mistérios, a verdade que nós somos os responsáveis por este plano, que nossa existência aqui é uma forma de aprimoramento para nos tornar-mos  perfeitos có criadores, pois somos unos com o verdadeiro Deus, ele esta em nós, e nossa meta é a perpetuação de suas obras criando grandes oásis pulsantes de vida por todo o universo.


Uma nota :

Pai nosso em Aramaico.....


(Retirado de uma lapide... no oriente médio...)




Pai-Mãe, respiração da Vida,
Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos !
Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós
para que possamos torná-la útil.


Ajude-nos a seguir nosso caminho
Respirando apenas o sentimento que emana do Senhor.
Nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu,
para que caminhemos como Reis e Rainhas
com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo, sejam um só,
em toda a Luz, assim como em todas as formas,
em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.

Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,
pois, assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos iluda,
E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.